sexta-feira, 20 de março de 2015

A corrida milionária pelo mercado do CBD

As recentes resoluções do CFM (Conselho Federal de Medicina), de apoiar o uso compassivo do CBD, e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de reclassificar o CBD como uma substância que possa ser prescrita por médicos indicam pouco avanço na luta pelo direto de usar a canábis medicinalmente. As mesmas decisões, entretanto, significam um grande sinal verde para empresas interessadas em explorar o mercado do canabidiol, e a indústria já tem se movimentado. Enquanto alguns pacientes declaram que os extratos industrializados de CBD fazem maravilhas, outros reclamam do preço abusivo e até duvidam da qualidade desses produtos. Será esse o caminho mais seguro a ser seguido? Será o favorecimento da indústria um mal necessário? Ou estaremos colocando pacientes em uma situação ainda mais complexa?
Se você está de alguma forma envolvido com o movimento pelo uso do CBD medicinal, já deve ter ouvido falar em empresas com os nomes: HempMeds, Dixie, Medical Marijuana Inc., KannaWay, KannaVest, KannaLife, etc. Essas empresas se especializaram em vender “hemp oil”, ou “óleo de cânhamo”, que segundo o rótulo é rico em CBD e contém uma quantidade insignificante de THC, inferior a 0,3%. Na verdade, todas essas empresas são dirigidas pelo mesmo grupo de pessoas, uma combinação interessante entre traficantes e pessoas sendo investigadas por diferentes tipos de fraude. Essas empresas fingem se associar e comprar ações umas das outras para que sejam valorizadas e consigam investidores. O mais interessante é que essas empresas funcionam de um sistema de pirâmide, que vende mais para seus colaboradores do que para o público externo, e funcionam à margem da legalidade nos Estados Unidos.
Uma pesquisa elaborada pela associação Project CBD, nos Estados Unidos, trouxe à tona sórdidas revelações sobre o funcionamento dessas empresas, que chegam ao Brasil através da HempMeds Brasil. Como a HempMeds não tem autorização para vender medicamentos, os óleos de cânhamo que produzem são vendidos como suplementos alimentares, mas a empresa faz uso de “buzzmarketing” para fazer uma publicidade focada em pacientes que precisam do CBD, sobretudo crianças. Funciona da seguinte maneira: os representantes da HempMeds oferecem o caro RSHO (Real Scientific Hemp Oil) de graça para pais de crianças com epilepsia refratária, com a condição de que eles contem para outros pais os benefícios do produto, postem vídeos sobre o tratamento de seus filhos e passem a palavra adiante. Como 10 gramas do produto chegam a custar 599 dólares, sem contar as taxas e impostos da importação, muitos pais ficam felizes com o acordo, sobretudo se o remédio tem ajudado seus filhos. A empresa, portanto, consegue uma propaganda com relativamente nenhum custo para empresa, para vender um produto para fins que ela não tem autorização (ou controle de qualidade), usando pais e pacientes desesperados. A prescrição desses produtos importados foi apoiada pela CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e pela CFM.

Guia de Referência: Terapia com Maconha Medicinal de A a Z

Guia de Referência: Terapia com Maconha Medicinal de A a Z
Por Sergio Vidal, autor do livro Cannabis Medicinal introdução ao Cultivo



Introdução:

Atualmente, segundo a Lei 11.343 em vigor desde 2006, a União, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pode autorizar o uso da maconha exclusivamente para fins medicinais e científicos.

Hoje são inúmeras doenças e sintomas que podem ser tratados ou curados com o uso medicinal dos princípios ativos produzidos pela maconha e qualquer busca mais detalhada sobre tema pode revelar isso. A partir de hoje, iremos publicar aqui no blog a lista das diferentes doenças e sintomas que podem ser tratadas com o uso da maconha e remédios à base da erva. Começaremos com uma breve introdução, falando mais a respeito a planta e das diferentes formas de administração dos seus princípios ativos.

ATENÇÃO: A maconha, seus extratos ou qualquer produto feito com a planta só podem ser usados para fins medicinais por pessoas que tenham prescrição de um(a) médico(a) e sejam autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Não recomendamos a nenhuma pessoa fazer uso por conta própria, sem recomendação e prescrição de um profissional de medicina, muito menos sem autorização da ANVISA. Todas as informações contidas nesta página servem apenas para informar a respeito do potencial terapêutico da planta e orientar na busca de informações adicionais. O uso de maconha e derivados ou de qualquer outro medicamento deve ser realizado apenas sob supervisão, prescrição e orientação de um(a) médico(a).
Caso você ou seu médico precise, a AMEMM pode auxiliar fornecendo informações sobre o uso medicinal da maconha ou te ajudando a encontrar um médico que prescreva próximo a você. Saiba mais: Associação Multidisciplinar de Estudos sobre Maconha Medicinal (AMEMM), ou escreva para contatoamemm@gmail.com